Habitat
Um amontoado de tijolos e cimento.
Material fixado pelo homem
Num pedaço de terra.
Mas o que importa não é a matéria.
É o espaço.
Um espaço delimitado,
Mas sem a conotação de prisão.
É um espaço de liberdade.
Liberdade do ser e do ter,
De viver e poder.
Onde as flores atraem as borboletas
Que alimentadas seguem seus caminhos.
Espaço que atrai, mas não prende.
Aqui também vou preparar meu alimento,
O alimento da matéria e da alma.
E, quando saciada
Poderei partir livremente.
Um espaço pra chamar de meu,
Até o dia de alçar o vôo definitivo.
Um belo espaço.
Entre a indefinição de rir e chorar,
Optei pelo sorriso.
Meu corpo todo sorri.
Um sorriso que não se perde
Porque vem da alma.
Não pela conquista do bem material.
Sorri pelas flores, pelas borboletas,
Pela liberdade de experimentar novos vôos.