A noite me toma, fagueira em seus braços
Assim me transporta, não sei o caminho,
Nem quem eu sou, também onde estou
Me encontro, me perco, a razão vai e volta.
Me banho em meus sonhos, transpiro loucura.
Me inspiro, componho um cenário.
Sou Eurídice, Julieta, Jocasta, Desdêmona
Maria Madalena, Joana Dar’c, Titânia
Sou Dalila escondida, na fragilidade dos cabelos.
Algo me ocorre, é luz, lucidez, maltrata, não vejo.
Embrenho-me ao mais íntimo resquício de gente.
Sou todos eles, tudo e nada, obscuridade.
Sou eu, me encontrei , estou de volta.
Pouco e nada sei de tudo o que sou.
Aninhada em meu leito, me deixo sonhar.
Durmo e acordo, idéias a bailar,
Outro dia virá, então, me encontrar.
Não sei se quero... Não quero acordar.
Auristela Fusinato Wilhelm
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